
O vaqueiro nordestino
Por Letícia Tenório

A briga entre o cão e o gato
Por Beatriz Magalhães
Era um dia de sábado
O gato estava em seu bar
E o cachorro safado
Queria se embebedar
O gato não queria vender
Pois sabia que ia se dar mal
O cachorro queria beber
Mas o gato ignorou o tal
O cachorro se zangou
Pelo gato o ignorar
Sua arma pegou
E começou a atirar
O gato gritou:
— Saia daqui, seu cachorro safado!
Meus clientes espantou!
Como você é mal-educado!
O cachorro ficou ainda mais zangado
E disparou mais forte
O gato ficou danado
E quis levar o cachorro à morte
Foi pegar a sua espingarda
E o cachorro perseguiu
O gato deu uma atirada
Mas matar não conseguiu
A esposa do gato, de tanto medo, desmaiou
O garçom começou a chorar
O avô do gato a polícia chamou
E a avó um doutor foi chamar
O gato deixou o cachorro manco
E conseguiu o cachorro pegar
Quando para o cachorro tudo ia ficar branco
Começou a gritar:
— Tenha piedade de mim!
Pois não te machuquei!
As coisas não são assim
Se quiser, te perdoarei!
O gato caiu na conversa fiada
E quando foi o cachorro ajudar
Uma bala pelo cachorro foi atirada
E no gato deu um susto de lascar
A bala passou perto
Mas ao gato não machucou
O gato ficou esperto
E o cachorro dominou
Por um gato ter muita agilidade
Tomou a arma do malfeitor
E o levou para a delegacia da cidade
Deixando lá o cachorro sentindo muita dor
O cachorro levou uma lição
Que jamais imaginava
Foi condenado a 30 anos na prisão
E o arrependimento por todo o tempo o tomava
O vaqueiro do Nordeste
Com seu gibão e chapéu
Anda pela caatinga
Montado em seu corcel
Cabra valente danado
Com o laço a manejar
Derruba de touro a garrote
Sem se importar com a sorte
Na pausa para o almoço
Vai tirando do embornal
Seu pedaço de carne-seca
Cortada com seu punhal
Um punhado de farinha
Um pouco de rapadura
Um gole de aguardente
Pra enfrentar a vida dura
Depois de um breve descanso
Volta logo pro batente
Ligeiro como um corisco
Galopando sempre em frente
Na floresta de espinhos
Sua pele é rasgada
Por inúmeros espinhos
De pontas bem afiadas
Esse herói da caatinga
É decantado em verso e prosa
Seu trabalho incansável
Determina sua sina
Vocabulário
Corcel: cavalo.
Manejar: executar com as mãos.
Garrote: termo usado para designar bezerro.
Embornal: bolsa usada para transportar comida do vaqueiro.
Estávamos no Brejo,
Na Pousada da Paixão,
Dando uma parada
Para quem era comilão
A comida era maravilhosa
E gostosa de comer,
Porque aquilo era comida boa,
Boa de morrer
Nós estávamos lá,
No Restaurante da Paixão,
Dando de cara com o prato,
Aproveitando a comida então
Era incrível a variedade,
Tinha carne, arroz e salada,
Mas o estranho é que tinha
Um espaço para a batata
A carne era boa,
Tinha gosto maravilhoso,
Mas acho que o melhor
Era a galinha junto ao seu osso
Mas só falei do almoço,
Agora vem o jantar,
Quando comemos nossa comida,
À luz do luar
Era espetacular,
Tinha lasanha, carne e arroz,
Mas o estranho era
Que eu não queria comer depois
Chegou o café da manhã,
Uma comida genial,
Por isso que não fiquei
Com estômago parcial
A comida do café
Era a mais bela,
Por isso que pessoas não se decidiam,
Que comida seria a delas
A comida era ótima,
Difícil de comparar,
Porque, como havia dito antes,
Aquilo era comida de matar!

Comida na Pousada da Paixão
Por Rafael Alves
CORDEL
Após estudar o gênero cordel e entrar em contato com os mais variados exemplos desse tipo de literatura popular (tanto no colégio quanto em Bezerros, durante a aula de campo), os alunos se inspiraram no que viram e no universo do agreste e do sertão pernambucano para produzir suas próprias narrativas.

O fim da seca no Sertão
Por Amanda Borges
Eu estava no Sertão
Apreciando o sol quente
Com a viola na mão Junto com o aguardente.
Eu peguei minha viola
E comecei a cantar
“Oh, minha Nossa Senhora,
Venha aqui me ajudar”.
Naquele momento ela não veio
Então fiquei a esperar
Estava com um pouco de receio
De ela não me ajudar.
A ajuda que eu queria
Era que a seca acabasse
Porque água eu não via
Isso era um desastre.
Muito tempo eu esperei
Mas ela enfim chegou
Bem contente, eu gritei:
— NOSSA SECA ACABOU!
— Calma aí, meu senhor
— disse a Nossa Senhora
— Me escute, por favor,
porque hoje eu tenho hora!
— Você pode me ajudar?
— perguntei muito assustado
— A água vai acabar,
tô com um medo danado!
Nossa Senhora falou
Que ajudar ela não podia
Bem triste ela ficou
Porque chuva ela não fazia
Ela pediu pra eu falar
Para São Pedro me ajudar
Porque água ele ia mandar
Para a seca acabar.
Fui falar com o São Pedro
Ele ajudou na mesma hora
Mas, como fazia era segredo,
Pediu para eu ir embora.
Quando cheguei em casa
Vi a chuva assim chegando
A terra estava molhada
E todo mundo gritando:
— São Pedro está nos ajudando!

Agreste de arrasar
Por Luiz Eduardo
Os cactos existem no Agreste
E formam uma bela paisagem do Nordeste
Lá as flores pouco aparecem
Mas as folhagens resplandecem
Lá o clima é semiárido
E aqui é litorâneo
Lá o sol é escaldante
E a noite estrelante
Várias espécies encontrei
E de todas gostei
O calor é de arrasar
E a noite de gelar
As pessoas são fortes
Como as pedras que ali estão
Cada um encanta
Seu pedaço de chão
Em Lula Vassoureiro, vimos várias máscaras
Em todas encontramos alegria para o dia a dia
Em J. Borges, cordéis eu vi
Tantos que me surpreendi
No Teatro de Nova Jerusalém, vimos nove palcos de emoção
Cada um com sua função
A chuva eu não vi
Mas várias experiências vivi

Brejo da Madre de Deus
Por Diogo Camerino
Acordei bem cedo
pois é um dia especial
vou para o Brejo
vai ser bem legal
Saí de casa para o colégio
fui bem apressado
pensava que estava atrasado
mas logo cheguei e encontrei o Eduardo
Fomos logo para o ônibus
para pegar um lugar
Ver os outros amigos
para juntos viajar
No caminho para o Brejo
a paisagem ia mudando
Por muitos lugares passamos
e a vontade de chegar ia aumentando
Em Bezerros paramos
para poder entrevistar
J. Borges e Lula Vassoureiro
Para suas artes nos mostrar
Seguimos nossa viagem
e finalmente chegamos
na Pousada da Paixão,
lugar onde ficamos ficamos
Muitos lugares deferentes
no Brejo conhecemos
cultura, fauna e flora
tudo isso aprendemos
O Parque das Esculturas
é um lugar deferente,
tem esculturas gigantes
que encanta muita gente
E a Furna do Estrago
é um lugar interessante
Suas cavernas e pinturas
fazem o lugar ficar empolgante
Nessa nossa viagem
muitas coisas aprendemos
muitos lugares conhecemos
e muitas experiências vivemos

Máscaras e cordéis
Por Elian Gabriel
Falarei de dois grandes artistas
Da nossa cultura popular
Ambos de origem humilde
Mas muito conhecidos
Começando por Lula Vassoureiro
Que desde criança aprendeu
A criar máscaras
E até hoje não perde o foco
Conhecido mundialmente
Colecionou muitos prêmios
Representando muito bem sua cidade
Como um homem persistente
Máscaras que caracterizam
O carnaval de sua gente
Máscaras coloridas, vibrantes
Conhecidas internacionalmente
Dos anos dedicados a esta arte
Ele recebeu do governo
O título de Patrimônio Vivo de Pernambuco
Que disso agora ele faz parte
Outro mestre de destaque
É o J. Borges
Foi oleiro primeiro
Até tornar-se mestre da literatura de cordel
Natural de Bezerros, filho de agricultores
Cedo começou a trabalhar sem dores
Tomou gosto pelo cordel
Tornando-se famoso no mundo todo
Da necessidade, tornou-se ilustrador
Aprendendo a arte da xilogravura
Com muito amor
Ensinando aos filhos essa técnica com ardor
Daí em diante não parou mais
Ficou conhecido como o maior xilogravurista do Nordeste
Já que era capaz
Com seus trabalhos divulgador no mundo todo
A tradição não acaba
E não está cansada
Ela não vai parar
E sempre vai brilhar